09 junho 2011

a seco



Tanto já falaram do sertão que cansei. Fui ao sertão. Ceguei-me, suei, amoleci o corpo. Lambuzei-me de umbu e carne de bode. Muito vi. Pouco falei. Pus-me dentro de mim, sertão de Riobaldo. Agora pois, escrevo. O sertão não me pertence. De sertão, às vezes padeço. E esqueço. Vastidão, carrasco e veredas. Um rio que morre antes do mar. Barreiro. Tanto falaram do sertão que nem sei. Voltei do sertão. Cheguei. Longe dos espinhos, esqueci do que deixei. Galhada seca, calei. Fulora? Quando chover, saberei.